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PROPOSTA DE REDAÇÃO DA SEMANA #08 (26 de março a 02 de abril de 2018)


A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema

O DOMÍNIO DA NORMA PADRÃO DA LÍNGUA REFLETE A INTELIGÊNCIA DO FALANTE?


Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

A língua dos brasileiros vem sendo maltratada nos discursos das autoridades, políticos, parlamentares, professores, homens de negócio, doutores e nas notícias faladas e escritas. Por falta de educação, na boca do povo. E, quando o programa é falar, falar, seja em rádio ou em televisão ou até em “conferências”, cega-se o segundo olho de Camões; arrepiam os cabelos de Rui Barbosa; ferem-se os tímpanos de Machado de Assis e enraivecem-se José Américo de Almeida e José Lins do Rego. Cospem erros de concordância, engolem os plurais, amassam as palavras como papel de embrulho e tudo sem qualquer lógica, dada à imprecisão da linguagem.
[...]
Segundo Schopenhauer, em “A Arte de Escrever”, uma língua de tropeços e de curto vocabulário empobrece a criatividade e a prática de pensar. Acrescento: diminui a extensão e a compreensão conceitual dos termos, que devem simbolizar e se adequar exatamente àquilo que desejamos dizer, e não exprimem o significado de um valor que lhes é próprio. O falar e escrever escorreitos fazem a ideia gerar ideias; o conceito, outros conceitos. Quem sabe, um dia, o povo brasileiro falará o vernáculo como ele é: preciso, objetivo, claro, rico e belo. Que iniciem os letrados. Afinal de contas, trata-se da língua do seu país, de uma arte literária tão admirada por outras culturas.
Disponível em: http://www.drc.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=2209848

TEXTO II

O mito mais renitente sobre as línguas é o de que teria havido, em algum momento, línguas perfeitas. Em cada país – ou cultura – há quem lamente sua decadência. As pessoas estariam falando muito mal, ninguém mais respeita as regras, a gramática precisa “voltar” a ser ensinada, quem sabe até mesmo o latim, já que isso ajudaria a melhorar as coisas, da grafia ao sentido, passando pelas regências e concordâncias. As queixas são generalizadas.
Na verdade, o mito da decadência (o avesso do da perfeição antiga) vigora em muitos outros campos: os escritores eram melhores, havia verdadeiros filósofos, os políticos tinham mais compostura (e eram melhores oradores), o casamento era para valer, as mulheres, então… etc.
O dado mais curioso sobre a questão é que as queixas são bem antigas. Cícero já se queixava da mesma coisa, e conhece-se o Appendix Probi, que fazia uma lista de palavras corretas e de sua contraparte “errada” (por exemplo, condenava oricla, de que derivou orelha, defendendo auris; condenava rivus, contra rius, de onde obviamente veio rio; condenava socra (sogra) em vez de socrus; defendia ansa contra a forma nova asa etc.). Ou seja, já naquele tempo se faziam listas de erros, que hoje é um esporte bem lucrativo.
POSSENTI, Sírio. 

TEXTO III

Na Ponta do Lápis entrevistou o linguista, professor titular e ex-reitor da Universidade Federal do Paraná, Carlos Alberto Faraco. Especialista em linguística histórica, ele falou do percurso feito pela língua portuguesa em terras brasileiras até tornar-se nosso idioma dominante. Também lembrou como o país virou monolíngue, num movimento semelhante ao que procurou silenciar e desqualificar o português popular, falado pela maioria dos brasileiros, em contraponto ao chamado padrão culto da língua. Para ele “tem que se libertar dessa demonização e perceber por dentro a beleza da diversidade linguística”.
[...]
É possível expressar coisas complexas independentemente de se usar ou não a norma culta?
Sim. É preciso lembrar o que Gramsci dizia: todo ser humano é um filósofo. Independendo da sua condição, todo ser humano é um filósofo. É claro que você tem que pensar nas especializações da cultura. Você não pode desconsiderar o que a humanidade produziu a partir da cultura escrita enquanto literatura, enquanto filosofia, ciência, matemática. É claro que há uma especialização. A história produziu uma filosofia que é fundamentalmente escrita, que tem um tipo de vocabulário, um tipo de argumento, um tipo de expressão que não é a mesma de um analfabeto. O analfabeto também é um filósofo, ele produz um discurso. Essas pessoas não tiveram acesso à língua escrita, mas produzem sentidos, interpretam, contam histórias, narram, compõem músicas; portanto, a oratura é uma experiência muito anterior à literatura, no sentido da escrita. A sociedade complexa precisa de gente cada vez mais qualificada em termos de cultura escrita, em formação científica. Mas isso não significa que você tenha que desvalorizar o outro lado, a experiência de quem passa por outra história.

TEXTO IV

Mas quando alguém te disser tá errado ou errada
Que não vai S na cebola e não vai S em feliz
Que o X pode ter som de Z e o CH pode ter som de X
Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz.
O TEATRO MÁGICO. Zazulejo.


TEXTO V


TEXTO VI




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