A
partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto
dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua
portuguesa sobre o tema
O DOMÍNIO DA NORMA PADRÃO DA LÍNGUA REFLETE A INTELIGÊNCIA DO FALANTE?
Apresente
proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
A
língua dos brasileiros vem sendo maltratada nos discursos das
autoridades, políticos, parlamentares, professores, homens de
negócio, doutores e nas notícias faladas e escritas. Por falta de
educação, na boca do povo. E, quando o programa é falar, falar,
seja em rádio ou em televisão ou até em “conferências”,
cega-se o segundo olho de Camões; arrepiam os cabelos de Rui
Barbosa; ferem-se os tímpanos de Machado de Assis e enraivecem-se
José Américo de Almeida e José Lins do Rego. Cospem erros de
concordância, engolem os plurais, amassam as palavras como papel de
embrulho e tudo sem qualquer lógica, dada à imprecisão da
linguagem.
[...]
Segundo
Schopenhauer, em “A Arte de Escrever”, uma língua de tropeços e
de curto vocabulário empobrece a criatividade e a prática de
pensar. Acrescento: diminui a extensão e a compreensão conceitual
dos termos, que devem simbolizar e se adequar exatamente àquilo que
desejamos dizer, e não exprimem o significado de um valor que lhes é
próprio. O falar e escrever escorreitos fazem a ideia gerar ideias;
o conceito, outros conceitos. Quem sabe, um dia, o povo brasileiro
falará o vernáculo como ele é: preciso, objetivo, claro, rico e
belo. Que iniciem os letrados. Afinal de contas, trata-se da língua
do seu país, de uma arte literária tão admirada por outras
culturas.
Disponível em: http://www.drc.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=2209848
TEXTO II
O
mito mais renitente sobre as línguas é o de que teria havido, em
algum momento, línguas perfeitas. Em cada país – ou cultura –
há quem lamente sua decadência. As pessoas estariam falando muito
mal, ninguém mais respeita as regras, a gramática precisa “voltar”
a ser ensinada, quem sabe até mesmo o latim, já que isso ajudaria a
melhorar as coisas, da grafia ao sentido, passando pelas regências e
concordâncias. As queixas são generalizadas.
Na
verdade, o mito da decadência (o avesso do da perfeição antiga)
vigora em muitos outros campos: os escritores eram melhores, havia
verdadeiros filósofos, os políticos tinham mais compostura (e eram
melhores oradores), o casamento era para valer, as mulheres, então…
etc.
O
dado mais curioso sobre a questão é que as queixas são bem
antigas. Cícero já se queixava da mesma coisa, e conhece-se
o Appendix
Probi,
que fazia uma lista de palavras corretas e de sua contraparte
“errada” (por exemplo, condenava oricla, de
que derivou orelha,
defendendo auris;
condenava rivus,
contra rius,
de onde obviamente veio rio;
condenava socra (sogra)
em vez de socrus;
defendia ansa contra
a forma nova asa etc.).
Ou seja, já naquele tempo se faziam listas de erros, que hoje é um
esporte bem lucrativo.
POSSENTI,
Sírio.
TEXTO III
Na
Ponta do Lápis entrevistou
o linguista, professor titular e ex-reitor da Universidade Federal do
Paraná, Carlos Alberto Faraco. Especialista em linguística
histórica, ele falou do percurso feito pela língua portuguesa em
terras brasileiras até tornar-se nosso idioma dominante. Também
lembrou como o país virou monolíngue, num movimento semelhante ao
que procurou silenciar e desqualificar o português popular, falado
pela maioria dos brasileiros, em contraponto ao chamado padrão culto
da língua. Para ele “tem que se libertar dessa demonização e
perceber por dentro a beleza da diversidade linguística”.
[...]
É
possível expressar coisas complexas independentemente de se usar ou
não a norma culta?
Sim.
É preciso lembrar o que Gramsci dizia: todo ser humano é um
filósofo. Independendo da sua condição, todo ser humano é um
filósofo. É claro que você tem que pensar nas especializações da
cultura. Você não pode desconsiderar o que a humanidade produziu a
partir da cultura escrita enquanto literatura, enquanto filosofia,
ciência, matemática. É claro que há uma especialização. A
história produziu uma filosofia que é fundamentalmente escrita, que
tem um tipo de vocabulário, um tipo de argumento, um tipo de
expressão que não é a mesma de um analfabeto. O analfabeto também
é um filósofo, ele produz um discurso. Essas pessoas não tiveram
acesso à língua escrita, mas produzem sentidos, interpretam, contam
histórias, narram, compõem músicas; portanto, a oratura é uma
experiência muito anterior à literatura, no sentido da escrita. A
sociedade complexa precisa de gente cada vez mais qualificada em
termos de cultura escrita, em formação científica. Mas isso não
significa que você tenha que desvalorizar o outro lado, a
experiência de quem passa por outra história.
TEXTO IV
Mas
quando alguém te disser tá errado ou errada
Que
não vai S na cebola e não vai S em feliz
Que
o X pode ter som de Z e o CH pode ter som de X
Acredito
que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz.
O
TEATRO MÁGICO. Zazulejo.
Disponível
em: https://www.letras.mus.br/o-teatro-magico/361403/
TEXTO V
TEXTO VI
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